sábado, 10 de novembro de 2007

NOS TEMPOS DA CENSURA.




06.05.2007


Informação dada pelo Fantástico da TV Globo.






As vítimas da censura no regime militar







Uma cena que nunca tinha sido mostrada antes: uma reunião do Conselho Superior de Censura, em Brasília.









É uma cena que nunca tinha sido mostrada antes: uma reunião do Conselho Superior de Censura, em Brasília. O ano: 1983. Os conselheiros discutem o destino do filme “Rio Babilônia”, que tinha sido proibido. A censura do regime militar fiscalizava tudo.



O diretor Neville de Almeida tentava liberar o filme e evitar os cortes de várias cenas.



“O grande censor, o verdadeiro censor, que é o público, saberá distinguir o joio do trigo”, disse o diretor durante a reunião.



Não teve jeito. O filme sofreu muitos cortes.



Hoje, quem quiser encontrar Neville de Almeida tem que ir ao Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, e pegar um barquinho. Ele mora em uma ilha, cercado pelos seus cachorros e pela lembrança dos seus filmes. Quando vai falar sobre a violência da censura, pega um rolo de filme.



“Daqui até aqui eu vou cortar. Quem sabe não vou levar para casa?”, mostra.



Ele foi considerado o diretor que mais sofreu com as tesouras dos censores.



“Não tenho o menor orgulho desse recorde, de ser o cineasta mais censurado do Brasil. Esses filmes todos foram feitos durante a ditadura militar. ‘A dama do lotação’ também foi cortado”, lembra o diretor.



Em “A dama do lotação”, um filme com Sônia Braga, há um exemplo de corte. A censura determinou que, na cena na cachoeira: cortar desde quando ele faz menção de tirar a cueca até o final da cena, mostrando, a seguir, o enfoque do ônibus.



“É como se você voltasse ao passado e falasse com Gaughin: ‘você não pode pintar essa mulher na Polinésia com os seios aparecendo. Isso é indecente. Coloca um sutiã’”, compara Neville de Almeida.



“Na censura do poder, a gente também não manda”, diz o diretor Daniel Filho.



Daniel Filho começou no circo, tornou-se ator, diretor de novelas, de filmes e viveu muitas trombadas com a censura.



“A mais famosa foi no filme ‘Os cafajestes’. Ele foi retirado de cartaz”, lembra.



Como diretor de novelas, ele tropeçou em dezenas de cortes da censura, como na novela “Super Manoela”.



“Era uma família rica e uma família pobre. A Suzana Gonçalves pertencia à família pobre, em que a matriarca era a Zilka Salaberry. Quando ela chegava em casa contente porque tinha conseguido um emprego, não podia dizer para a matriarca que tinha conseguido o emprego. Mas ela chegava cheia de presentes e dava os presentes e a Zilka Salaberry perguntava como ela tinha conseguido o dinheiro para comprar aquilo. ‘Mamãe, é segredo’. E subia. Ficava no close da Zilka preocupada com isso. Mandaram cortar o close. Fomos lá e discutimos. Por que cortar o close? Porque o que será que ela está pensando. Juro. Essa é a verdade”, afirma Daniel Filho.



Por tudo isso, Neville de Almeida...



“É proibido proibir. Para sempre. É proibido proibir”, diz.



No próximo domingo, entra em vigor um novo sistema estabelecido pelo ministério da Justiça para as emissoras de televisão. A partir do próximo dia 13, as próprias emissoras deverão indicar para qual faixa etária cada programa é recomendado.



O Ministério da Justiça terá 90 dias, já com o programa no ar, para confirmar se a recomendação da emissora está correta ou não.







OBS: Vejas o link abaixo.



http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM673190-7823-AS+VITIMAS+DA+CENSURA+NO+REGIME+MILITAR,00.html

Um comentário:

Linasolopoesie disse...

CIAO!!!
BUONA DOMENICA UN CARO SALUTO

DALL'ITALIA :-)

LINA