27/12/2006 - 14h45m
Informação dada pelo canal de notícias G1,Reuters
NOVA YORK – Nesta época do ano, enquanto muitos investidores reequilibram suas carteiras, um número cada vez maior está mantendo parte de seu capital literalmente líquido – investindo em vinhos.
"Houve um crescimento espantoso na coleção de vinhos finos", diz Peter Meltzer, responsável pelo Wine Spectator Index, o índice dos vinhos finos mais vendidos, principalmente Bordeaux e Burgundy.
"Nesse momento o índice atingiu o seu maior valor histórico – 250. Preços para o Domaine de la Romanée Conti – principalmente de safras antigas como 1978, 1985 e 1990 – simplesmente subiram ao teto".
Meltzer, autor do recém-publicado "Keys to the Cellar: Strategies and Secrets of Wine Collecting" ("As Chaves da Adega: Estratégias e Segredos para Colecionar Vinhos"), disse que seis garrafas magnum do Burgundy premium foram vendidas no início do ano por US$ 170.375. Algumas semanas depois, uma única garrafa de Chateau Latour 1955 foi vendida com comissão por US$ 28.440.
"Isso foi 262% a mais do que o preço previsto pelo índice Wine Spectator", diz ele. A Capgemini Merrill Lynch notou a alta nos investimentos em vinho em seu Relatório Mundial de Riqueza de 2003, que descobriu que os ricos estavam investindo cerca de 13% de seu capital nos chamados investimentos alternativos. A categoria também incluía arte, fundos "hedge" (mais agressivos), e moedas estrangeiras.
Meltzer compara o investimento em vinho ao investimento em arte com uma exceção significativa: "Para desfrutar do investimento, você precisa destruí-lo. Não é muito excitante apenas sentar-se numa adega escura e poeirenta".
Abrir uma garrafa de um vinho muito fino e caro pode ser "um prazer incrível e pode impressionar ainda mais um cliente com um gosto parecido do que lhe mostrar uma pintura".
Aí também pode acontecer que o investidor "simplesmente não consiga deglutir um vinho com o preço reajustado", disse Meltzer.
Beba sua fortuna
Por exemplo, uma caixa de Mouton-Rothschild 1982 custava cerca de US$ 400 (ou US$ 33 a garrafa) quando foi primeiramente colocado à venda. Num leilão recente na Sotheby's, 50 caixas do vinho foram vendidas por US$ 1,05 milhões - ou US$ 1.750 por garrafa, disse ele.
"Uma coisa é você beber um vinho a US$ 30 por garrafa, mas você pode hesitar em beber um que custa US$ 1.700 por garrafa".
Quem está comprando esses vinhos? Corretores de ações, gerentes de fundos "hedge", investidores imobiliários, consultores financeiros, trintões bem-sucedidos e "você ficaria surpreso em saber quantos deles são de fato bastante conhecedores" do mercado, diz Meltzer.
Mas Meltzer, que vem incrementando sua própria coleção de vinhos desde 1982, insiste que não é necessário gastar um salário de sete dígitos para começar uma coleção.
Ele conta a história de um casal de Nova Jersey – ele trabalha para uma importadora de chocolates belgas – que montou uma adega considerável, equilibrando aquisições raras com uma coleção grande de vinhos comuns de orçamento generoso mas não ilimitado.
É possível começar a colecionar com US$ 5 mil.
Mas alerta-se aos investidores inexperientes para que, quando se trata de vinhos, tenham uma atitude de "quanto menos, melhor". É melhor ter uma caixa de primeiros crus Bordeaux do que quatro caixas de quintos crus, concordam os especialistas.
O índice Wine Spectator é atualmente divulgado duas vezes ao ano. Meltzer espera ter o índice atualizado mensalmente e disponível online em 2007.
Colecionar vinhos pode ajudar nos negócios .
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