quinta-feira, 11 de outubro de 2007

SER HUMANO OU BICHO ?






























Criança nasce deformada e causa espanto em Mata Grande-AL.



Na pequena e tranquila cidade de Mata Grande-AL, outra notícia não poderia ter repercusão que o nascimento de uma criança estremamente deformada, ocorrido no dia 08 de junho de 1990, as 17:50 hs.

O Hospital Regiona de Mata Grande que normalmente recebe poucos pacientes para tratamento, teve sua rotina quebrada pelo número elevado de curiosos que tentaram ver de perto a criança deformada, nascida com sete meses de gestação e com alto grau de deformação craniana. A mãe da criança, Cícera Rosana Santos de Oliveira, de família humilde casada com Erivaldo Barbos de Oliveira servente de pedreiro, esperava envaidecida, a chegada do primeiro filho do casal, quando aos sete meses, sentiu fortes contrações e dirigiu-se com o marido para maternidade. Lá chegando foi informada pelo médico plantonista, das circunstâncias da sua gravidez e que o quadro indicava um parto prematuro.

O médico Tairon, tratou imediatamente de convocar a infermeira parturiente a quem entregou a paciente para tratamento de parto.
A enfermeira Maria Edilza, com toda experiência de longos anos no setor, não esperava quem um rosto naquelas proporções fosse surgir naquele momento. Largou a criançae disparou assustada em busca de Dr. Taironilson. O médico constatou ser uma criança deformada e determinou que a infermeira procedesse a conclusão do parto. A mãe da criança teve parto normal e não foi registrada nenhuma alteração em seu quadro clínico.
A família foi informada imediatamente sobre a gravidade da criança e o pai Erivaldo Barbosa, ficou a lamentar tal situação. Cícera, tendo em vista o seu estado e a gravidade da deformação.
A já extinta Gazeta da Bahia de Paulo Afonso-Ba, procurou conversar com a direção daquela unidade hospitalar sobre a questão com o médico Taironilson, que era também diretor daquela instituição de saúde na época do ocorrido . O médico [encontrava-se como sempre], bebendo e jogando ´´porrinha´´ em um bar da cidade e somente depois de uns 20 minutos mandou que a reportagem o aguardasse no hospital. A equipe esperou por mais de duas horas [tempo necessário para que ele se escondesse e não desse a menor satisfação.



A Revolta do casal.
Para Cícera e Erinaldo, tudo isso aconteceu em decorrência da falta de informações e assistência médica. Eles afirmam que, em nenhum momento, nenhum médico foi capaz de pedir exame de sangue e sequer, as promessas de levar a paciente para Maceió-AL foi cumprida. Cícera tomou conhecimento do fato somente através desta foto, 30 dias depois extremamente amedrontada e sem saber as razões que geram esse tipo de problêma .


Entrevista com o casal
Quando a Gazeta foi informada do fato e das atuais circunstâncias em que vive o casal, procurou tomar algumas medidas e partiu para a reportagem. A primeira visita aconteceu ao fotografo Aluísio responsável pela reportagem fotográfica e um dos mais dinâmicos proficionais daquela região. Aluísio conduziu a equipe até a casa dos pais da criança, onde tudo foi registrado. Erivaldo e Cícera receberam a reportagem com muita humildade e procuraram desdabafar suas mágoas e revolta.
Erivaldo tinha na época 22 anos de idade, servente de pedreiro, ganhava na época 500 cruzeiros por dia [se encontrar onde trabalhar], sem escolaridade, 6 irmãos, filho de pais pobres.
Disse ele: ´´agora em junho´´, vamos fazer um ano de casados . apesar de sermos pobres, vivemos muito bem um com o outro e nossa alegria seria a chegada de um filho. Nós não viamos a hora dele estar do nosso lado, mas, infelismente Deus não quiz que fosse como agente queria.



Cícera: grávida outra vez.
A maior preocupação do casal estava na gravidez que apartir daquele dia da entrevista a equipe da Gazeta estava com 8 meses.
Erivaldo argumentou: ´´eu não tenho como estar satisfeito, porque os médicos não tiveram nenhum interesse em dizer qual a razãodo primeiro filho ter vindo daquela forma. Eles não se preocuparam em fazer sequer, exames de sangue da gente e sabem que nós não temos condição alguma de viajar por nossa conta para fazer exames lá fora. Minha esposa está grávida novamente e isso nuns deixa muito nervosos e afiltos. Queira Deus que não se repita aquela cena novamente. Foi muito chocante.
Os amigos me alertaram para fazer exame de sangue. mas, uma médica disse que isto não seria necessário. O que mais me revolta é a inrresponsabilidade daqueles que se dizem médicos e só vivem embreagados nos botecos e quando chega um pobre para ser atendido. Eles tratam como se fosse algum cachorro. Eu sei e respeitoos que cumprem com a responsabilidade, mas, alguns só servem para atender animais. As vezes, agente procura fazer uma consulta, logo cedo, e quando é atendido não tem nem graça. Muita gente fica o dia inteiro esperando e não aparece aquele médico que a pessoa precisa mas, no fim do mês, o dinheiro dele vem certinho. Que trabalhe ou não´´.

-Erivaldo, o que você pediria aos médicos e o que você espera do governo?
Eu gostaria de pedir aqueles que são médicos de verdade, que nos ajudassem a resolver o nosso problêma e ao governo, pediria trabalho para ajudar a manter a nossa casinha que meu pai e meus irmãos me ajudaram a construir. Eu nunca trabalhei fixado, porque nunca me deram oportunidade. Quando aqui na rua tá ruim a diária de mil cruzeiros, eu trabalho de roça á 500 ou até 500 na rua, para levar o pão prá casa.


Conversando com a Cícera
A Gazeta da Bahia de Paulo Afonso registrou toda preocupação e sentimento de Cícera Rosa com relação ao epsódio que viveu durante o parto da sua nova gravidez.

´´Eu tive uma experiência terrível e não gostaria que tudo o que aconteceu voltasse novamente. Tenho mêdo, muito mêdo mesmo desta criança ser igual a outra que tive.

Dr. denis cuidou bem de mim.
Sempre que eu o procurei, fui atendfida enclusive, ele me deu alguns remédios. Toda a primeira gravidez, eu fui consultada por ele, mas, no dia do parto a infermeira me disse que ele não estava aqui.. Estava á serviço. Naquele dia, quem estava de plantão era Dr.Taironilson´´.

-Cícera, você já fez algum exame de sangue?
não senhor. Ninguém nunca examinou meu sangue.
-Porque vocês não procuraram evitar filhos na segunda vez?
-No começo o médico prometeu o remédio mas não deu.. Daí ficamos que poderia ter sido só aquela primeira gravidez, e daí acabei grávida novamente. Agente se ama muito e nosso desejo é ter uma criança para completar nossa alegria. Só tenho mêdo, de vir igual ao primeiro.
-Você sentiu alguma coisa diferente na gravidez?
-Não somente alguns anjoos no começo. O restante aconteceu tranquilo até o parto.
Tudo parecia normal e eu me sentia bem até já contava com o primeiro filho.
O médico prometeu que eu seria examinada por uma equipe em Maceió-AL, que ele iria marcar uma consulta e mandaria diser por satelete e, até hoje espero.

-Como tem sido a sua alimentação nesta outra gravidez ?
-Eu me alimento como pobre. As vezes, quando a situação melhora um pouco, a gente compra outras coisas, mas, normalmente a comida é simples.
-O que você gostaria que os médicos fizessem por você agora?
-Bem, eu gostaria que eles cuidassem do meu caso com mais responsabilidade e me dessem o tratamento necessário.
OBS: VEJA NA FOTO N° 1 A CRIANÇA DEFORMADA APÓS O PARTO, JÁ NA FOTO N° 2 O CASAL REVOLTADO NA ÉPOCA DO ACONTECIMENTO DANDO ENTREVISTA A GAZETA DA BAHIA DE PAULO AFONSO-BA.












10 meses e 19 dias após dar a luz a uma criança deformada, Cícera dá a luz a duas crianças perfeitas




Desta vez, não há motivo para tristesa pois Cícera e o seu marido Erivaldo tiveram a felicidade de receber duas crianças perfeitamente normais.

O parto [normal] ocorreu no último dia 19 de maio de 1991 as 7:40 hs da manhã, e foi acompanhado pelas enfermeiras da época, Gilda e Neta.

Em entrevista á Gazeta da Bahia de Paulo Afonso-Ba na época, alguns familiares expressaram bastante orgulho e ao mesmo tempo alívio, por saberem que aquele pesadelo já passou.

D. Cícera, como a senhora se sente agora?

Bem feliz! porque agora eu tenho dois filhos como eu sempre quis.

Como você se sentiu nos dias que antecederam o parto?

Eu estava muito preocupada por causa do primeiro que nasceu deformado, mas felizmente tudo foi diferente.

O que você vai fazer agora?

Vou fazer o possível prá criá-los sadios e felizes. Eu pediria aos políticos, apoio e ajuda finaceira, porque não é fácil criar duas crianças e sozinhos nós não temos condições.

Erivaldo como você se sentiu quando Cícera teve o parto?

Eu me senti bem, porque o parto foi normal, ela passsou bem na hora e teve o conforto necessário.

Você ficou com mêdo de que tudo aquilo se repetisse?

Cláro, pois do jeito que aconteceu uma vez, poderia acontecer novamente, mas Deus não quis assim e os meninos nasceram normais.

Porque os meninos se chamam Cosme e Damião?

Porque são nomes de santos, e da forma que eles vieram, não poderia se chamar de outra forma. também Porque para mim eles são uma gratificação de Deus.

Que tipo de ajuda você pediria ao governador do estado?

Eu sou muito acanhado e não me meto muito com esse povo, mas se eles quiserem me ajudar, eu queria um carro para trabalhar ou um emprego de motorista no estado, para ganhar o pão de cada dia.

Dona didí como esta se sentindo?

Muito feliz! é mesmo que ter ido ao céu e voltado, porque a gente podia ver algumas crianças tão bonitas como estas dentro da nossafamília, mas agente nota que os pais são pessoas muito inexperientes para criar os filhos, mas Deus haverá de ajudá-los.

D. Nina, como a senhora se sente depois daquele trauma?


Bacana, foi Deus que quis assim, o que é que agente vai fazer? Ele mandou estes dois presentinhos porque acha que os pais merecem.

Seu Siríaco, o que o senhor está achando de ser avô, logo de duas crianças?


É muito bom, é a coisa mais linda do mundo, eu estou tão feliz que não sei o que dizer. Eu estava pedindo a Deus que tudo corresse bem e graças a ele, não foi diferente.


Quais as pespectivas para o futuro ?

Olha, agora nós vamos lutar muito para criar os bêbes. Eu sou pedreiro e ele é meu ajudante, e a gente vai trabalharduro para torna-los felizes.


OBS: VEJA NA FOTO N° 3 O CASAL DESTA VEZ FELIZ COM A CHEGADA DE DOIS FILHOS GÊMEOS PERFEITAMENTE NORMAIS.




OBS: Texto de Anilbal Nunes dono da já extinta Gazeta da Bahia de Paulo Afonso-BA.











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